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Dia do Cirurgião Oncologista

Princípios da Cirurgia Oncológica

A cirurgia oncológica é um dos principais tratamentos para o câncer, é uma das ferramentas mais importantes na oncologia.

Trata-se da retirada do tumor, obedecendo a todos os princípios oncológicos, o que envolve: a sabedoria, o conhecimento aprofundado sobre a doença e seu desenvolvimento, a retirada propriamente do tumor com os cuidados para não deixar que a doença se espalhe durante o ato operatório, a retirada de todos os locais para onde a doença possa ter se espalhado; e em alguns casos, até a retirada de outros órgãos que possam também estar comprometidos.

Podemos dizer que o cirurgião oncológico está presente desde o diagnóstico com as biópsias necessárias, até o tratamento de quase todos os tumores sólidos, onde 90% dos pacientes com câncer requerem cirurgia em algum momento e as metas do tratamento cirúrgico são: a cura da doença, o aumento da sobrevida e a própria qualidade de vida do paciente.

Gostamos de frisar que o especialista em cirurgia oncológica nunca trabalha isoladamente, o câncer é uma doença que exige a atuação de uma equipe multidisciplinar. Vale ressaltar que essa abordagem múltipla do tratamento incluindo a participação do oncologista clínico, orientando a quimioterapia, a imunoterapia e a hormonioterapia, o radioterapeuta orientando as várias opções de radioterapia, proporciona os melhores resultados que podem ser alcançados no tratamento.

Hoje podemos dizer que estamos diante de grandes progressos na oncologia de um modo geral, com novas tecnologias e conceitos, fruto de todo avanço científico que temos observado nas últimas décadas; mas sem dúvida, os melhores resultados alcançados são realmente aqueles em que estamos diante de um diagnóstico precoce, diante de uma fase inicial onde o tumor pode ser controlado e curado, e nesses casos de precocidade diagnóstica, segundo a organização mundial da saúde (OMS), a cirurgia oncológica costuma ser a única forma de tratamento em 60% dos casos.

 A cirurgia oncológica é uma especialidade médica reconhecida pelo conselho federal de medicina (CFM) e é muito diferente de uma cirurgia para doença benigna, por isso requer uma formação especializada consolidada ao longo de um período de 11 anos, contando com a graduação médica, a residência médica e os aprimoramentos necessários para realização de cirurgias de alta complexidade.

A cirurgia oncológica é planejada e realizada para prevenir, diagnosticar, estadiar o tumor e tratar o câncer; além de aliviar o desconforto ou problemas relacionados à doença. Pode ser:

  1. Cirurgia radical (curativa): consiste na remoção completa do tumor com as margens adequadas, muitas vezes incluindo a área de possível disseminação linfática da doença
  2. Cirurgia radical ampliada: onde incluímos à cirurgia clássica, parte ou a totalidade de um ou mais órgãos ou estruturas anatômicas comprometidas pelo tumor.
  3. Cirurgia citorredutora: fazemos a redução do volume do tumor primário ou sítios de metástases, melhorando o efeito terapêutico da quimioterapia, imunoterapia.

Ex.: tumores do ovário, apêndice cecal, estomago, intestino, peritôneo (situações chamadas de carcinomatose)

Muitas vezes esse procedimento é realizado com a utilização intraperitoneal (dentro da cavidade abdominal) de agentes quimioterápicos associados à elevação da temperatura da região (hipertermia), para aumentar a sensibilidade das células tumorais ao quimioterápico.

  1. Cirurgia paliativa: quando o tumor é irressecável, feita com o intuito de melhorar a qualidade de vida do paciente, melhorar as funções do organismo e diminuir o sofrimento da dor e do desconforto que geralmente se apresenta nesses casos avançados.
  2. Cirurgia das metástases: pode ser curativa quando o tumor original, primário é controlado e a retirada das metástases é completa
  3. Cirurgia preventiva-profilática: hoje muito relacionada ao avanço da oncogenética, com identificação de risco do aparecimento da doença ao longo da vida

Ex.: câncer medular da tireoide, câncer de mama, câncer de ovário, câncer do intestino.

A cirurgia oncológica também pode auxiliar no diagnóstico do câncer quando é preciso fazer uma biópsia e avaliação anátomo-patológica do tumor para definir se é benigno ou maligno. A cirurgia é, geralmente, a principal indicação para o tratamento do câncer e a consulta com um especialista em cirurgia oncológica costuma ser recomendada tão logo seja confirmada a presença de um tumor sólido, com o cuidado desse paciente sempre multidisciplinar e personalizado.

Cirurgia oncológica é muito mais do que técnica. Por isso, o cirurgião deve aliar um profundo conhecimento clínico em sua especialidade à sensibilidade para notar as restrições físicas e psíquicas do paciente. No ato operatório é preciso levar em consideração as limitações do doente e optar pelo melhor tratamento por ele tolerado.

Dr. Ricardo Antunes

Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia

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